sexta-feira, 26 de março de 2010

Crianças no playground e meus sinceros pedidos de desculpas...

Semana de férias escolares, aqui no Japão o fechamento do ano é fim de março, tudo bem mas o que eu tenho haver com isto?

Bom primeiro que o playgroud do prédio onde moro é na janela do meu quarto, segundo que a junção entre esta semana de férias escolares, a energia acumulada das crianças depois de um longo período de inverno e ocasionalmente esta semana eu estar trabalhando de noite...Ai eu te pergunto caro(a) amigo(a) como o Léo que por natureza já sofre de insônia conseguiu dormir esta semana? Simples eu simplesmente me identifico com as crianças, e vendo pela minha janela eles brincarem esbanjando saúde, lembrei-me de minha infância, das travessuras que fiz e os inoportunos que causei há alguns vizinhos...

Por isto gostaria de expor aqui meu pedido de desculpas aos que consegui resgatar em minha mente.

Primeiro a ´Seu Arthur ´ o velho português que morava na esquina da Paes Lemes com a Bastos Cordeiro, que hoje intercedo que Deus o tenha, desculpa pelos ovos que jogava na porta de sua casa, pelas palavras de baixo calão que usava quando discutíamos, pelo dia que pedi para apanhar manga em seu quintal e revoltado com sua recusa fui apanhar as mais podres delas no quintal do velho Erasmo e as esfreguei no seu moribundo Corcel I, pelo crime de seqüestro seguido de homicídio culposo que cometi com seu gato e tantas outras façanhas que não me recordo...

A Geni, que independente de lugar, hora ou ocasião que eu a visse, cantava em alto e bom som aquela musiquinha que vai o seu nome, pelo dia em que correstes atrás de mim e escorregou levando o maior tombo no asfalto quente se esfolando toda e eu ainda tive a atrocidade de voltar para zombar de ti...

A mãe do Edson que o proibia de brincar comigo e dia sim e outro também me expulsava da rua em frente a sua casa, pelo dia em que fiz um risco entre a sua casa e a do vizinho e passei o dia gritando ´aqui pode, aqui pode...´

A mulher da casa nova, que eu arranquei a árvore só pra fazer uma forquilha de estilingue, e sendo dedurado para minha mãe passei a juntar minha pequena turma de pentelhos a jogar bola em frente a sua casa, pois a casa nova era sua, mas a rua é publica, pelas inúmeras boladas que dávamos no seu muro recém pintado e no portão de metal fazendo aquele barulho estrondoso seguido dos nossos sinceros pedidos de desculpas, as milhares de vezes que tocava a campainha só porque falar no inter fone era a coisa mais legal e moderna que existia...

E foram tantos outros que não me lembro. teria que escrever um livro se consegui-se me lembrar de todas as pessoas que apurrinhei durante minha saudável infância...

Agora entendem caros amigos (as) o porque um rapaz que sofre de insônia conseguiu dormir esta semana melhor que as anteriores?

Que as crianças continuem vindo com toda energia que Deus as deu, porque criança arteira é sinal de saúde e eu ainda tenho muito a pagar...

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