terça-feira, 5 de julho de 2011

Exéquias...

Estávamos sentados na terceira mesa daquele bar

Esperando aquela garrafa de vinho ruim que não chegava

Ela olhou para mim e disse: Já podemos ir?

É difícil lhe dar com isto

Eu ainda tinha que pensar nas coisas que ficariam para trás

Sabe, nestas horas a gente faz um monte de reflexões idiotas que já não valem mais pra nada

Eu apenas queria sentir aquele último momento, aquela última brisa antes de partir

Não me senti como um condenado no corredor da morte

Que trocou sua última refeição por um cigarro de maconha e um drink barato

Também não podia me sentir como a uma ovelha caminhando para o matadouro,

realmente nunca fui santo o suficiente para isto

Sempre gostei muito disto, de viver corrompido neste mundo que inventei

Estava sem condição de pesar minhas medidas pois minha cabeça rodava muito,

e a dias ela estava assim

Não respondi nada, apenas fiquei a flertando como quem com a alma pede por um tempo de misericórdia

E adormeci debruçado sobre aquela mesa

Como um bebe no colo de sua mãe...

.

Muito...

Uns muito altos

Outros muito baixos

Uns muito gordos

Outros muito magros...

E lutam para perder um pouco do que se tem de muito

Os muitos pobres

E os muitos ricos

E eles se abominam

Os de muita fé

Que se tornam muito cegos

Os muito conservadores

Que andam de mãos dadas

Com a rigidez dos muito liberais

Os muitos comerciais

E tantos outros compulsivos

Que chegam ser muito demais...

.