terça-feira, 14 de setembro de 2010

Inquilina indesejada...



Uma pomba resolveu fazer um ninho na sacada de nosso apertamento ( sim apertamento, pois aqui no Japão moramos em verdadeiros apeeeeeeertamentos... )
Na verdade é reincidência, ela já foi expulsa no verão passado, foi colocado uma tela protetora, mas com certas falhas que passariam um avestruz quanto mais uma pomba, e em fim ela voltou, fez o ninho bem no canto, entre um chinelo Crocs e uma pá de lixo. Deia minha namorada não gostou de seu retorno e me incumbiu de expulsá-la, talvez porque isto seja trabalho de homem, ora e eu pergunto, a onde está o feminismo numa hora destas ?
Bom, elas mandam e nós fazemos, assim caminha a humanidade...
Segunda de manha, primeira tentativa:
acordo e já lembro de minha tarefa, e lá vou eu, abro a porta que da para a sacada, olho para um lado, para o outro, e sigo rumo até o ninho, a pomba está lá chocando dois ovinhos, eu olho, chego mais perto e ela treme, faz um ruído fraco, como que se estivesse pedindo aos deuses que eu não a machuque, eu retorno um pouco, mas volto, e ela faz novamente o ruído, eu me compadeço, entro, sento, e sozinho fico pensando na maldade que estou por fazer, a coitada veio aqui, teve um trabalhão de tecer um ninho, botou seus ovinhos, e me olha com a mais cara de dó que um ser pode ter, e em fim me faltou coragem. Pego um livro, tento ler, lembro da minha missão, volto lá e por mais duas vezes desisto.
Quando Deia chega a tarde, digo que não tive coragem, ela ri mas por dentro deveria estar me achando um mole.
Terça de manhã, segunda tentativa :
foi exatamente igual a primeira...
Passo a noite me preparando...
Oras, tanto lugar para ela fazer este bendito ninho e tinha que ser logo na nossa sacada ? e outra, pombos trazem doenças, cagam por onde andam e logo a sacada inteira estaria cheia de merda, pai, mãe e filhos tudo cagando em um espaço que não passa de dois metros.
Quarta de manhã :
Chego em casa e vou para a sacada na esperança de ter acontecido algo e ela ter partido por livre e espontânea vontade, puro engano, é claro que ela está lá chocando seus ovos, olho para ela e digo, não adianta pedir, não venha atacar meu emocional, ou eu lhe tiro daqui ou é eu que serei jogado pela sacada... ela olha para mim, agora com cara de raiva e não mais de piedade, e pensa tão alto que eu posso ouvir ´ seu merda...´ e levanta vôo passando por mim e me encharcando com a água da chuva que acabara de tomar, passa pela fresta da tela e pousa no prédio em frente ao nosso.
Enquanto faço uma gambiarra para fechar a fresta da tela presencio uma mãe desesperada, que anda pra lá e pra cá, que vem em vôos rasantes em minha direção e pousa no beiral da sacada implorando para entrar, eu a expulso, ela volta ao prédio em frente e agora já acompanhada de um outro pombo, talvez seja o pai...
termino meu serviço, volto para dentro, me deito no chão e fico lembrando de como era muito mais fácil matar passarinhos quando era criança...

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Um comentário:

Fler Comunicação&Design disse...

Mais eu posso complicar mais um pouco.
Tô vendo seu drama com o pombo e imaginando o que vai acontecer se vc não subir e tirar os ovos de lá tb.
Mais trabalho, mais vai ser melhor pra vc (garanto!!!)
hahahahahahahahahaha.
...
Depois outra...
Não existe ovos de pombo.
Na verdade é mito que pombo nasce.
Já viu filhote de pombo? Eu nunca ví.
É que nem enterro de anão ...
Não existe!!!
...
Quem sabe Anão não vira pombo?
Poutzzz... aos demais desculpem o pensamento.